8 de outubro de 2003

DIRECTOS
As televisões transmitem todas o mesmo: a libertação (provisória ou não) de Paulo Pedroso. Com toda a simpatia que me merece a pessoa visada, não seria melhor aguardar discretamente a conclusão do processo, antes de gritar "Eis a prova da sua inocência"? Uma coisa é ir dar um abraço a um amigo a quem se quer manifestar a nossa solidariedade INDEPENDENTEMENTE DOS SEUS ACTOS. Outra será saltar por cima de juízes e tribunais, assente apenas nos sentimentos positivos que alguém nos desperta. Digo eu...
Não consigo afastar da cabeça a cena (provavelmente mítica) do discurso de Samora Machel a Eusébio aquando da visita deste jogador ao novo país: "Camarada Eusébio, saiste como um escravo e voltaste como um herói!". O que era um exagero amigo.

Para concluir, sou só eu que não tenho paciência para a cara de ofendida das jovens jornalistas (hoje era a da RTP, mas as da TVi também são boas nisto...) quando declaram o seu escândalo por não obterem resposta às suas perguntas? Alguém que visite rapidamente as faculdades de comunicação social e explique aos alunos que uma pergunta é apenas um "convite à resposta". Não uma faca apontada ao peito...

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